Tenho cabelos pintados, para esconder os fios brancos.
Tenho algumas rugas em volta dos olhos, mas também, não me recordo quando elas começaram a aparecer. Tento disfarçá-las, tantas novidades no campo de dermatologia, achei por bem aproveitá-las.
Do corpo não cuido quase, até pensei em entrar para uma academia, os médicos dizem que na minha idade preciso de exercícios, mas não gosto de fazer ginástica.
Das minhas unhas cuido semanalmente, penso que elas são uma porta de visita. Unhas maltratadas causam uma péssima impressão.
De alguns anos para cá descobri os cremes e aí compro um aqui, outro ali e no final uso pouco, mas compro, só de olhá-los na prateleira já percebo que as rugas se retraem. Sou assim vaidosa, mas não sou em excesso, penso que sou na medida certa, na medida correta para uma mulher.
Enfim os anos passam e as marcas que eles deixam em nós, não têm como conter. Nem pretendo isso. Acho que cada marca que meu corpo carrega tem uma linda história.
Às vezes me pego na frente do espelho descobrindo uma nova ruguinha e já me coloco a pensar o que a causou. Depois encontro com outra que já está lá vincada há anos e me recordo que ela apareceu quando perdi alguém muito importante.
Poderia enumerar também a história de cada fio de cabelo branco. Foram filhos, marido, neta, amigos que colocaram eles ali.
Atualmente à parte que merece mais atenção minha tem sido a cabeça. Tento todos os dias colocá-la no lugar, e equilibrá-la com sonhos e alegrias.
Não escondo minha idade, não adiantaria falar que tenho 35 anos e apresentar uma filha de 26 anos e mais as gêmeas de 20 anos.
Portanto eu confesso, tenho 48 anos. Metade deles bem vividos, e outra metade muito sofrida. Mas é exatamente aí que está o encanto da minha idade. Conheci de tudo um pouco, das lágrimas aos sorrisos e ambos me fizeram ser essa pessoa que sou hoje. Ficaram as rugas no rosto e na alma, mas também ficaram sorrisos em ambos. Minhas rugas mais bonitas são aquelas marcas de expressão que eu adquiri por tanto sorrir, muitas vezes, quando o coração chorava... (Silvana Duboc)- adaptado por mim.
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